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Produtores leiteiros comemoram melhoria da qualidade e estrutura

11/08/2014
Produtores leiteiros comemoram melhoria da qualidade e estrutura

Produtor Luiz Eugênio ressalta os benefícios do programa Alagoas Mais Leite (Foto: Paulo Rios)

Produtor Luiz Eugênio ressalta os benefícios do programa Alagoas Mais Leite (Foto: Paulo Rios)

   “Agora o pequeno produtor finalmente aparece e ganha seu espaço”. É com declarações assim, como a do produtor Luiz Eugênio dos Santos, de Jacaré dos Homens, que os criadores de gado se referem ao programa Alagoas Mais Leite, desenvolvido no Estado desde 2009. Com a iniciativa, os pequenos agricultores familiares, organizados em associações ou cooperativas, passaram a ter, além de uma produção qualificada, mais estrutura.
Luiz Eugênio tem 57 anos, e é um dos 40 agricultores ligados à ApplaLeite, associação que atende à comunidade do Alto da Madeira, na zona rural de Jacaré dos Homens. Todos os dias, o produtor conta com a ajuda do filho, João, para levar o leite retirado do rebanho para a sede da associação.
Lá o produto é armazenado em tanques de resfriamento e, posteriormente, é recolhido por caminhões com tanques isotérmicos disponibilizados pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri). Depois disso, o leite é transportado para futura comercialização em fazendas e laticínios da região da Bacia Leiteira, com a temperatura adequada e qualidade garantida.
“Antes desse programa, nós éramos totalmente dependentes dos atravessadores da região. Eles é que regulavam o preço pelo litro do leite, e normalmente era sempre um valor abaixo do praticado pelo mercado”, afirma o produtor Luiz Eugênio. “A produção leiteira é uma das principais fontes de renda da gente, os pequenos produtores, e a chegada de um programa de governo para regulamentar o preço da nossa comercialização é extremamente importante”, garante.
De acordo com os produtores da região, o litro do leite normalmente é vendido para os atravessadores a um preço que varia entre R$ 0,60 e R$ 0,80 centavos. Já com o intermédio do Programa Alagoas Mais Leite, esse valor passou a ser fixo e ao preço de R$ 1,14. Além do preço, o produto passa a agregar valor em outro segmento muito importante para o desenvolvimento da região, que é a venda do leite para a comunidade via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A iniciativa já distribuiu em Alagoas cerca de 26 milhões de litros de leite de vaca somente em 2013.
“É um preço justo e que faz com que o atravessador tenha que se adequar caso a gente encontre uma boa oportunidade de negociar com ele. Porém, atualmente é muito mais interessante comercializar nossa produção via associação”, diz o também produtor leiteiro Adão Cordeiro, do Alto da Madeira. “Lá, nós temos acesso a outros tipos de benefícios importantes, como o apoio técnico. Nós sempre somos acompanhados pelos representantes dos órgãos estaduais, como a Seagri e a Emater. Isso não ocorria antes”, completa.

 Melhoria genética

O Alagoas Mais Leite também beneficiou os pequenos produtores de Jacaré dos Homens com uma nova iniciativa, que promete potencializar ainda mais o comércio leiteiro da região. Foram entregues à comunidade, além de outras melhorias, kits de ordenha manual higiênica, analisadores de qualidade do leite e máquinas forrageiras para o preparo de mantimento para o gado. Também foi promovida uma capacitação para usar os kits, evitando, assim, que os tanques de armazenamento de leite sejam afetados.
Mas a principal medida não é vista a olho nu, ao menos no início dos trabalhos. Apesar de ainda estar no início das atividades, a ApplaLeite também recebeu um botijão de nitrogênio com doses de sêmen de touros de elevado valor genético para melhoramento do rebanho. Com a inseminação do sêmen nas vacas, o futuro rebanho virá com potencial leiteiro ainda maior.
“É algo sensacional para nós. Aqui na minha fazenda, nós mesmos inseminamos a Floresta, a Estrela e a Morena, vacas que já tinham grande potencial produtivo, para que as novas bezerras venham ainda melhores. Nossa expectativa é aumentar nossa produção em cerca de 30% quando as novas vacas estejam para dar leite”, projeta Luiz Eugênio.