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Snowden não vê chance de ter julgamento justo nos EUA

25/01/2014
Snowden não vê chance de ter julgamento justo nos EUA

   edward_snowden  O ex-consultor contratado para prestar serviço à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden disse sexta-feira (24) não acreditar que possa retornar ao território norte-americano e ter um julgamento justo. A afirmação foi divulgada na página de apoio ao ex-consultor na internet, Free Snowden. Edward Snowden, 30 anos, vive atualmente na Rússia, país que lhe concedeu asilo temporário.
“Retornar aos Estados Unidos, acredito, é a melhor solução para o governo, o público e para mim; mas, infelizmente, não é possível em face as atuais normas de proteção que, devido a uma falha na legislação, não sobrem contratados pela Segurança Nacional, como eu”, disse, em referência ao  Whistleblower Protection Act (Ato de Proteção do Denunciante, em tradução livre), uma lei da década de 1980 que protege pessoas que denunciem má conduta no governo de sofrer retaliações.
Segundo ele, a sua situação é frustrante, pois não há chance de voltar ao país, levar seu caso a um juri e ter um julgamento justo. Hoje foi a segunda vez que Snowden faz uma declaração pública depois de ter concedido uma entrevista ao jornal britânico The Guardian em junho do ano passado, logo depois de ter revelado as atividades de monitoramento da NSA.
Nesta sexta-feira, Eric Holder, o equivalente ao advogado-geral da União norte-americano, disse que a concessão de clemência a Snowden seria “ir longe demais”. Para ele, seria necessário elaborar uma resolução com o ex-consultor para que ele aceitasse, de alguma forma, se responsabilizar pelo vazamento das informações sobre as atividades da NSA.
Quinta-feira (23), uma comissão independente nomeada pelo Congresso norte-americano considerou que o programa de interceptação de dados da agência é ilegal, viola o direito à privacidade e tem pouco ou nenhum valor para a luta contra o terrorismo. A conclusão do grupo de trabalho se seguiu aos recentes anúncios do presidente Barack Obama de mudanças nos serviços de inteligência do País.