Garden tem baixa procura

Com pouco mais de dois meses de inaugurado o shopping de Arapiraca ainda não emplacou. Lojistas e comerciários – que preferem não se identificar – disseram à reportagem da TRIBUNA DO SERTÃO, que tinham uma expectativa melhor em relação ao empreendimento que até agora encontra dificuldades nas vendas.
“Esperamos que as vendas aumentem nesta reta final de ano, pois até agora a procura está muito fraca”, esta foi a projeção de vendas da gerente de uma loja instalada logo na inauguração do shopping no dia 25 de setembro passado.
A ‘fraca’ movimentação de clientes nas lojas do shopping arapiraquense comprova a tese de que o homem do interior ainda não se acostumou aos grandes centros comerciais.
Além disso, a distância do shopping é grande. Além do transporte que não é barato, tem que se pagar o estacionamento, quando a visita ao empreendimento é realizada através de automóvel.
Além disso, o consumidor em Arapiraca está acostumado a comprar no Centro da cidade, onde as ofertas são melhores e não se “paga o luxo”, disse um comerciante à reportagem.
A dona de casa Luciana Amaral, 29, começou a pesquisar os preços nas lojas no centro de Arapiraca e no shopping. Ela contou a TRIBUNA DO SERTÃO que está disposta a gastar R$ 300 em presentes, mas que os valores ‘salgados’ do shopping a fizeram escolher o comércio do centro da cidade para fazer suas compras. “O Natal não pode passar ‘em branco’, Vi os produtos do shopping e do comércio. São os mesmo. Não vou gastar mais no shopping, podendo comprar a mesma coisa no centro”.

Preços no Centro da cidade são mais atrativos

Outra reclamação se refere ao preço dos restaurantes e lanchonetes. “Estão além da realidade financeira da região. Um sanduiche, com acompanhamento de batatas fritas e refrigerantes é vendido por R$18,00 no shopping, enquanto no Centro da cidade, algo similar sai por R$8”.
Por enquanto, Shopping é sem retorno e com muito prejuízo

O Arapiraca Garden Shopping – em que pese a promoção com sorteios de carros não consegue atrair mais clientes para as vendas de Natal. “Para se ter uma ideia, numa terça-feira, uma lanchonete internacional famosa instalada na Praça de Alimentação do shopping só conseguiu vender dois sanduíches”.

Lojas continua com pouca frequência de consumidores

Nesses dois meses de funcionamento – foi de muita expectativa para os comerciantes e para os consumidores, contudo a possibilidade de fazer alguma compra animou muita gente, mas a maioria estava era mesmo passeando no shopping devido aos preços.
“Eu vim mais para passear com a família”, disse o trabalhador da construção civil João dos Santos. Na hora, foi contrariado pela mulher, a servidora pública Maria Lúcia. “Pra gente que trabalha, o sábado e o domingo são os melhores dia para fazer compras”, afirmou.
Com ela concordaram os filhos Lucas de Paula dos Santos, de treze anos, e Ana Carolina de 8 anos. “Hoje é a folga da mamãe, e ela prometeu comprar umas roupas pra gente”, afirmaram.
Famílias como a de João dos Santos são quase uma exceção nos corredores do shopping. Para os vendedores, acostumados com “fraco” movimento dos dias de semana e dos sábados, o faturamento ainda está longe de ser o ideal.
“As pessoas precisam primeiro se acostumar à novidade”, argumenta uma gerente de loja.
De acordo com ela, as vendas ainda não são boas. “Mas com certeza, o movimento vai melhorar tão logo o shopping se incorpore à cultura da cidade”, aposta.
Com o fraco consumo no shopping, alguns empresários já estão ficando desesperados em razão das despesas (com o condomínio das lojas, funcionários e muitas delas com taxas de franquias) que precisam ser honrados mês a mês.
“Um dono de uma loja (que não quer se identificar) revoltado disse à reportagem que venderam um “peixe” errado. “A teoria era muito bonita, mas a prática está distante do que prometeram. Estamos sofrendo muito”, revelou.
Contudo, a esperança de dias melhores não está longe de se tornar uma realidade.
A região – especialmente no agreste – é próspera e a população gosta de novidades.
Um exemplo é Aloísio Souza: “Eu vim trazer meus sogros, que moram em Igaci para passear no shopping e comprar alguma coisa”, conta o micro-empresário.
Com adesões desse tipo ao novo empreendimento, espera-se que a região – mais de 600 mil habitantes – consumam no primeiro centro de comércio elitizado do interior de Alagoas.