Cidades

Palmeira dos Índios: cidade campeã em obras inacabadas

08/11/2013
Palmeira dos Índios: cidade campeã em obras inacabadas
Obras de reforma da Praça do Skate virou símbolo de gozação na cidade

Obras de reforma da Praça do Skate virou símbolo de gozação na cidade

Nos últimos tempos por onde um cidadão palmeirense passa seja nas ruas, praças, bares ou até mesmo nas redes sociais, quando se fala da cidade que outrora foi denominada de “Princesa do Sertão”, o discurso é um só: lamentação.
A cidade vive um clima de regressão e o progresso tão almejado ficou só nas promessas políticas, no papel dos projetos que estão emperrados nos gabinetes da prefeitura e em Brasília e até mesmo nas poucas obras que começaram a ser realizadas na cidade e não foram concluídas.
E por falar em obras – sejam elas, municipal, estadual ou federal – o cidadão palmeirense coleciona uma série delas inacabadas.
A justificativa é de que o município estaria incluído no CAUC, o SPC federal, que a prefeitura municipal anunciou no mês passado, a sua retirada da lista suja. A segunda é de que algumas obras estariam paralisadas em virtude de irregularidades das construtoras, que refutam a argumentação. A terceira seria de que o município não teria recursos suficientes para arcar com as despesas, em que pese boa parte dessas obras serem os recursos de origem estadual ou federal.
Afora a verba empregada em reforma de algumas escolas (quatro até o momento, duas municipais e duas estadual) e a restauração da estrada de Palmeira de Fora, que está sendo executada, nenhuma outra obra foi concluída em Palmeira dos Índios nos últimos três anos.
A pavimentação de ruas com recursos da emenda do senador Renan Calheiros (embora muitas delas tenha sido calçadas) não foi finalizada como prometido. Afinal o cronograma das obras contemplava a pavimentação de alguns bairros em sua totalidade, o que não ocorreu. Cite-se como exemplo o bairro Paraíso, Juca Sampaio, São Luiz, Vila João XXIII e Vila Maria onde várias ruas estão no “barro bruto” e seus moradores sofrendo as consequências das intempéries do tempo, como a lama (no tempo chuvoso) e a poeira (no tempo seco).
O secretário de Obras José Marcelo confirmou à reportagem que em alguns bairros o “problema é grande” e que algumas construtoras são responsáveis pelo atraso e não entrega das obras.

Prédio do IML: desde o final do governo Luiz Abílio está paralisado

Prédio do IML: desde o final do governo Luiz Abílio está paralisado

Além disso, o prédio do Instituto Médico Legal (IML) se arrasta há quase 8 anos sem conclusão. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que foi concluída há dois anos, não foi inaugurada, em que pese a Justiça ter dado um prazo de 60 dias para sua abertura e que não foi cumprido.

UPA concluída, mas sem funcionar há dois anos

UPA concluída, mas sem funcionar há dois anos

A Estação Ferroviária, um prédios símbolos de Palmeira dos Índios, foi praticamente destruído pela prefeitura, sob a alegação de que ali seria realizada uma reforma para a instalação da sede da Secretaria de Urbanismo, e ficou do jeito que destruíram. Na Praça do skate, antiga Praça da Sambra, as obras continuam se arrastando e a pilhéria já tomou conta, sob a ótica de que Arapiraca conseguiu terminar (e inaugurar) primeiro o shopping do que a prefeitura de Palmeira a minúscula praça. A creche de Palmeira de Fora é outro exemplo. As obras estão paralisadas há três anos.

De responsabilidade do TRE prédio está com obras paralisadas há bastante tempo

De responsabilidade do TRE prédio está com obras paralisadas há bastante tempo

O prédio do Cartório Eleitoral, no centro da cidade, de responsabilidade do Tribunal Regional Eleitoral, é um elefante branco. O antigo Posto de Atendimento Médico (PAM), no Jardim Brasil é outro exemplo de desperdício do dinheiro público. Entra governo, sai governo e a obra continua ali paralisada há mais de 8 anos. O Conjunto residencial Marluce Cordeiro, de poucas casas é outro exemplo de má gestão na efetivação das obras.

Além destas, outras obras de menor porte que estão incompletas acrescentam o clima de desagrado e desgosto do cidadão com a cidade que já teve dias melhores no passado e chegou a ser considerada como “cidade modelo” e a “Porta de Entrada do Sertão”, por sua pujança e progresso.
Retirada do CAUC gera expectativa para reinicio das obras de responsabilidade do município
De qualquer sorte a notícia de que o município saiu do “SPC federal” anima um pouco os palmeirenses que ficam na expectativa de que as obras inacabadas tenha termo. Afinal a cidade ainda está no terceiro lugar em número de habitantes no estado, em que pese sua renda per capta seja uma das piores no país, para os municípios de seu tamanho.